quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Renúncia não está sendo cogitada, diz advogado de Arruda

CLÁUDIA ANDRADE

Direto de Brasília

Eduardo Alckmin, advogado do governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido), afirmou nesta quarta-feira que a hipótese de Arruda renunciar ao cargo não esta sendo analisada. "Ninguém cogitou isso, pelo menos até agora. O que vamos tentar é revogar a prisão preventiva. O ministro Marco Aurélio não concordou com o habeas-corpus, mas ainda tem a análise pelo pleno ou pela primeira turma", disse.

Segundo o advogado, agora a situação é aguardar a análise dos demais ministros, o que ainda não tem data para ocorrer. A previsão é de que a análise ocorra na próxima semana. "O ritmo da Justiça não se dá na pressa que gostaríamos", afirmou. O advogado voltou a afirmar que a defesa não teve acesso a todo o inquérito policial e nem as fitas com as gravações foram completamente liberadas, o que "cria um embaraço muito grande para a atuação da defesa".

Conforme Alckmin, a análise do caso Arruda não terá um efeito isolado, criando uma prerrogativa para outros casos semelhantes. "Essa é uma discussão muito relevante. Daqui a pouco qualquer governador pode ir para a cadeia. É preciso ver a conveniência disso para a sociedade", disse.

O advogado defendeu também que o Legislativo referende questões de pedidos de prisão preventiva, o que chegou a ser questionada por parte dos ministros da corte especial do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Mas a questão foi vencida por maioria dos votos na última quinta-feira. Desde então, Arruda está preso em uma sala especial da Polícia Federal em Brasília.

Entenda o caso

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário. Fonte – www.terranotícias.com.br

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