colaboração para a Folha Online
O vice-premiê de Israel, Silvan Shalom, comparou o atual regime iraniano com a Alemanha do ex-ditador nazista Adolf Hitler (1889-1945), antes de começar as homenagens pelas vítimas do Holocausto, no campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia.
"O que o Irã trata de fazer atualmente é o que Hitler fez com o povo judeu há 65 anos", disse Shalom, em resposta às declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que acusou Israel de racismo contra os palestinos nesta segunda-feira durante a Conferência Mundial sobre o Racismo da ONU, realizada em Genebra.
Shalom disse ainda, em um discurso à rádio pública, que o programa nuclear do Irã constitui uma ameaça "não só para Israel, mas para todo o mundo". "Com os seus mísseis de longo alcance, o Irã pode atacar Londres, Paris, Berlim, Roma e o sul da Rússia", disse.
No último dia 18, a imprensa estrangeira destacou a ameaça de uma intervenção militar israelense contra o Irã. As declarações de porta-vozes do Exército ao jornal "The Times" causaram furor entre membros do governo iraniano. Em um evento no mesmo dia, Ahmadinejad disse que "ninguém ousaria em atacar o Irã". Em entrevista à emissora iraniana Press TV, o major general Ataollah Salehi prometeu uma "resposta à altura.
ONU
Um total de 22 dos 27 países da UE (União Européia) - todos menos Holanda, Itália, Polônia, Alemanha e a República Tcheca afirmaram nesta terça-feira que permanecerão na Conferência Mundial sobre o Racismo da ONU. A República Tcheca, que ocupa a Presidência rotativa da UE, abandonou o evento, segundo o embaixador tcheco perante as Nações Unidas em Genebra, Tomás Husák.
Segundo o embaixador tcheco, a saída do evento foi motivada pelas declarações do presidente do Irã. "O discurso de ontem foi a gota d'água", disse Husák a jornalistas. Nesta segunda-feira, Ahmadinejad, causou polêmica no evento ao denunciar o racismo de Israel e a cumplicidade dos Estados Unidos e de alguns governos ocidentais na política israelense contra os palestinos.
Ao todo, 40 diplomatas da UE (União Européia) deixaram a sala em que ocorria a conferência em retaliação. Os representantes também ameaçaram abandonar a conferência se houvesse novos apelos a retórica antissemita ou outras críticas igualmente discriminatórias contra Israel. As nações européias ausentes, junto aos EUA, Israel, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, consideraram que o encontro se transformaria em um fórum antissemita.